Literatura para uma vida cristã sadia

A luta contra o mundanismo - carta de John Newton

A luta contra o mundanismo

Carta de John Newton

 

Cara senhora:

Você pediu que eu lhe dissesse quais são as melhores formas de um jovem precaver-se contra o mundo e todo o seu cenário sedutor e enganoso, como evitar que o coração se desvie de Deus. Essa é uma questão importante; mas tenho certeza que o seu próprio coração ensinará isso a você; estou certo que você já possui toda a informação que eu poderia lhe dar a respeito desse assunto. A única coisa que eu posso fazer é extrair a resposta da Bíblia, que você mesma tem, também, à sua disposição.

Se o seu coração é igual ao meu, ele terá de confessar que, quando se desvia de Deus, raramente o faz por causa de ignorância dos meios apropriados ou motivos que deveriam ter-nos conservado perto dEle — esse desvio ocorre antes por causa do princípio perverso que se encontra no íntimo, e que prevalece contra nossas decisões mais elevadas, e nos torna infiéis para com a luz que já recebemos.

Eu poderia lhe dar regras, avisos, e conselhos aos montes; pois acho que é relativamente fácil pregar aos outros. Mas se você insistisse em perguntar-me como colocá-los em prática, sinto que sou tão deficiente, e estou eu mesmo em falta nesse assunto, que não sei direito o que dizer. Contudo, alguma coisa eu preciso dizer.

Em primeiro lugar, então, devo dizer que, embora manter nosso coração bem perto do Senhor seja nossa obrigação e o mais elevado privilégio que possamos nos propor, não devemos esperar que isso aconteça de forma absoluta ou perfeita, e muito menos que isso vá ocorrer de uma só vez. Nós devemos nos manter perto dEle na proporção em que estamos firmemente convictos da infinita disparidade que existe entre Ele e as coisas que ousam competir com Ele, e a tolice, bem como a ingratidão de nos desviarmos dEle. Mas essas coisas só se aprendem por meio da experiência, e sob a ardência de uma série de desapontamentos dolorosos em nossas expectativas com relação às outras pessoas. Nosso bom senso talvez nos diga de forma bem viva que o Seu favor é melhor do que a vida, mas uma pequena ninharia consegue nos desviar.

O Senhor permite que sintamos as nossas fraquezas com o fim de estarmos bem conscientes delas; pois embora estejamos prontos a dizer que somos fracos, via de regra não estamos completamente cientes disso até que a dependência secreta que temos de alguma força em nós mesmos, ainda que não a admitamos, seja trazida à tona e nos falte. O único segredo seguro e infalível de andar bem perto dEle é sermos humildes e, como uma criança pequena, temermos dar um só passo sozinhos, e estarmos tão conscientes das armadilhas e dos perigos que nos cercam, que clamemos continuamente a Ele que nos sustente para estarmos a salvo.

Mas como alcançaremos essa humilde disposição de espírito? Isso precisa vir, como eu já disse, de uma convicção verdadeira e concreta de nossa fraqueza e pequenez, que não há como aprender meramente dos livros ou dos pregadores (pelo menos eu mesmo não consegui aprendê-lo assim). A providência de Deus coopera com o Seu Espírito Santo em Seu misericordioso propósito de nos fazer conscientes de nós mesmos. Na verdade é uma grande misericórdia da parte de Deus sermos preservados da decadência espiritual diante de nossos companheiros; mas mesmo quando eles não conseguem ver nada reprovável em nós, talvez as coisas ainda assim estejam longe de estarem certas conosco, aos olhos dAquele que julga não apenas nossas ações, mas também os pensamentos e as motivações do coração. E nós somos criaturas tão miseráveis que, se pudéssemos por um tempo ficar tão perto de Deus a ponto de encontrar pouco ou nada em nós mesmos de que precisássemos nos envergonhar, nos tornaríamos envaidecidos e autossuficientes, ao ponto de correr perigo de tropeçar e cair.

Existem, contudo, recursos, dos quais nós mesmos devemos lançar mão, e embora você os conheça, vou repetir os principais, já que você me solicitou isso.

O primeiro é a oração; e aqui, acima de tudo, precisamos orar por humildade. Ela pode ser chamada tanto de proteção de todas as outras graças, como o solo em que elas crescem.

O segundo, consideração para com as Escrituras. A sua pergunta é respondida de forma direta no Salmo 119.9: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra”. Os preceitos da Palavra são a sua regra e deleite; as promessas são sua força e encorajamento. As virtudes dos santos foram registradas para nosso encorajamento; os fracassos deles são como pontos de referência que nos alertam sobre as rochas e os bancos de areia que se encontram em nosso caminho.

O estudo de todo o plano de salvação do Evangelho com referência à pessoa, vida, doutrina, morte e glória de nosso Redentor tem como objetivo criar em nossa alma uma inclinação, um paladar espiritual e divino. E à medida que isso nos controla e cresce em nós, as ninharias que nos afastariam de Deus perderão a influência, e nos parecerão despidas do brilho com que assaltam os sentidos, como meras bobagens e ostentações. 

O terceiro grande recurso de que devemos lançar mão é uma consideração ou recordação; um cuidadoso respeito às tentações e armadilhas a que, devido ao nosso temperamento, nossas situações ou nossos relacionamentos, estamos expostos de forma mais imediata, e pelas quais anteriormente já fomos atrapalhados. Pode ser muito útil, pela manhã, antes de sair do quarto, antecipar, tanto quanto formos capazes, as prováveis circunstâncias do dia que vamos enfrentar. Sem esquecer que até mesmo isso, assim como qualquer outra regra que se apresente, pode definhar num mero formalismo. Contudo, eu confio que o Senhor, que deu a você o desejo de viver para Ele, será seu guarda e mestre. Não há ninguém que ensine como Ele.

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As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem (Jo 10.27).

 

 

Ao homem que teme ao SENHOR, Ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).

 

 

Aplica-te ao estudo da Palavra.

 

Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto (Is 55.6).

 

 

Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (1Co 15.55)

 

 

Orar bem é estudar bem.

 

 

Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente (Is 40.8).

       

   Em tudo dai graças (1Ts 5.18).

 

 

Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).

 

 

Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez os céus e a terra (Sl 121.1-2)

 

 

 

 

     

A vereda dos justos é como a luz da aurora, que brilha mais e mais até ser dia perfeito (Pv 4.18)
 
Deus tudo vê

 

Não temais, pequenino rebanho.

 

 

 

Deus existe e é galardoador daqueles que diligentemente O buscam. - Hebreus 11.6

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