A soberana eleição de Deus - A. W. Pink

A soberana eleição de Deus

A. W. Pink

“Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei Jacó e aborreci Esaú” (Rm 9.10-13).

Em Jacó temos a mais clara e infalível ilustração da soberana eleição de Deus que encontramos em toda a Bíblia. O caso de Jacó refuta da maneira mais enfática a teoria de que a escolha de Deus depende de alguma forma da criatura — algo presente ou futuro — e mostra que a eleição eterna para a salvação de certos indivíduos não se deve a nenhum mérito deles, mas resulta unicamente da soberana graça de Deus. O caso de Jacó prova conclusivamente que a escolha de Deus é

inteiramente soberana,

totalmente gratuita, e

baseia-se em nada além da Sua própria boa vontade.

O Deus das Escrituras, então, é o Deus que elege um e desconsidera o outro. Ele é Aquele que exerce e exibe a Sua própria vontade soberana. Ele Se apresenta como o Todo-Poderoso Deus, regendo os céus e a terra e lidando com Suas criaturas de acordo com o Seu eterno propósito. Deus é Aquele que seleciona dentre todos os objetos menos prováveis e menos dignos, e os transforma em vasos de glória. Contudo, Ele é Aquele que sempre age em harmonia com Seus atributos divinos.

A eleição não é como alguns têm suposto — cruel e injusta — mas é a mais misericordiosa provisão da parte de Deus. Se Ele não tivesse, desde o princípio, eleito alguns para a salvação, todos teriam perecido! Se Ele não tivesse, antes da fundação do mundo, escolhido alguns para serem conformados à imagem do Seu Filho — a morte de Cristo teria sido em vão, no que concerne à raça humana!

Reduzida a seus termos mais simples, a eleição significa que Deus me escolheu — antes que eu escolhece a Ele. Nosso Senhor disse: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros” (Jo 15.16). Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro. A eleição significa que, antes que eu tivesse nascido, sim, antes da fundação do mundo — eu fui escolhido em Cristo e predestinado a um lugar na família de Deus! A eleição significa que nós cremos porque Ele nos inclinou a isso no dia do Seu poder. A eleição, então,

  esvazia a criatura de todo mérito,

  remove toda base de vanglória,

  prostra-nos desamparados no pó,

  e atribui toda a glória a Deus!