Literatura para uma vida cristã sadia

A vivificação do Espírito - A. W. Pink

A vivificação do Espírito

A. W. Pink

“Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer” (Jo 5.21). “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6.63). Todas as operações de Deus na administração da salvação procedem do Pai, vêm por meio do Filho, e são executadas pelo Espírito Santo. A vivificação é a Sua obra inicial nos eleitos. É por meio desse ato sobrenatural que Ele os tira do túmulo da morte espiritual para o campo da ressurreição. É por meio dela que Ele comunica a essência da graça e o viver santo; é a comunicação da vida de Deus à alma. É um ato de criação (2Co 5.17). É uma “obra” de Deus (Ef 2.10). Todos esses termos denotam um ato onipotente. É totalmente impossível a criatura dar origem à vida. Podemos receber vida; podemos nutri-la; podemos usá-la e manifestá-la; mas não podemos criá-la.

Na obra da vivificação o Espírito age soberanamente. “O vento sopra onde quer … assim é todo o que é nascido do Espírito” (Jo 3.8). Isso não significa que Ele age de forma caprichosa, ou sem razão ou motivo, mas que Ele está acima de qualquer compromisso com a criatura, e não é influenciado de maneira nenhuma por nós naquilo que faz. O Espírito poderia com justiça ter deixado cada um de nós na sua dureza de coração, para perecermos eternamente. Quando vivifica uma pessoa e não outra, quando traz uns poucos da morte para a vida e deixa a maioria na morte e em seus pecados, o Espírito tem misericórdia “de quem Ele quer ter misericórdia”. Ele é totalmente livre para operar em quem Lhe agrada operar, pois nenhum dos filhos decaídos de Adão tem o menor direito sobre Ele.

Por essa razão, vivificar aqueles que estão espiritualmente mortos para a novidade de vida consiste num ato maravilhoso de graça: é favor não solicitado e não merecido. O pecador, objeto escolhido dessa operação de Deus e alvo dessa inestimável bênção, é infinitamente desmerecedor por si mesmo, inteiramente inclinado a prosseguir na perversidade, até que essa mudança seja operada nele. Ele é rebelde, e não atende aos mandamentos de Deus; ele é obstinado e se recusa a arrepender-se e a receber o evangelho. Embora esteja terrificado com medo da ameaça da perdição eterna; embora seja sincero o seu desejo de fugir do sofrimento eterno para tornar-se feliz para sempre; não importa quantas orações ele faça e quantas coisas faça, ele não tem a menor inclinação para arrepender-se e submeter-se a Deus. O seu coração é hostil, cheio de inimizade contra Deus, e diariamente acrescenta iniquidade a iniquidade. Quando o Espírito dá um novo coração a uma pessoa como essa, de fato é um ato de  graça maravilhosa e soberana.

Essa vivificação do Espírito é instantânea: é um ato divino, e não um processo; é operada de uma vez, e não gradualmente. Em um instante a pessoa passa da morte para a vida. A pessoa que antes estava morta para com Deus, agora está viva para com Ele. A pessoa que estava inteiramente sob o domínio do pecado, agora é liberta; embora não seja removida a natureza pecaminosa nem seja tornada inoperante, o coração não está mais de acordo com o pecado. O Espírito de Deus encontra o coração totalmente corrupto e desesperadamente perverso, mas, por meio de um milagre da graça, Ele muda a sua inclinação e faz isso implantando nele a imperecível semente da santidade. Não existe meio-termo entre um estado carnal e um estado espiritual: o primeiro é o que somos por natureza, o último é o que nos tornamos pela graça, pela operação instantânea e irresistível do Espírito Onipotente. Essa obra inicial de vivificação é totalmente feita sem que a percebamos, pois se encontra fora da esfera e do alcance do conhecimento humano. Aqueles que estão mortos não têm percepção, e embora a obra de trazê-los ao campo da ressurreição seja de fato grande e poderosa, aqueles que são alvos dessa vivificação não têm como saber de nada do que está acontecendo a não ser depois de consumado o fato. Quando Adão foi criado, ele não estava consciente de nada a não ser que ele agora existia e estava livre para agir: a operação divina que provocou a sua existência já estava concluída e acabada antes que ele estivesse consciente de qualquer coisa. Essa operação inicial do Espírito pela qual os eleitos se tornam novas criaturas só pode ser conhecida pelos seus efeitos e consequências. “O vento sopra onde quer” – isso vem primeiro; depois, “ouves a sua voz” (Jo 3.8): agora isso se torna conhecido, de diversas formas, à consciência e ao entendimento.

Nessa obra de vivificação, nós somos inteiramente passivos. Com isso queremos dizer que não existe nenhuma cooperação entre a vontade do pecador e a ação do Espírito Santo. Como já dissemos, essa obra inicial do Espírito é operada pela graça livre e soberana, e consiste na infusão de um princípio de vida espiritual na alma, por meio da qual todas as suas faculdades são renovadas sobrenaturalmente. Sendo assim, é preciso que o pecador seja inteiramente passivo, como barro nas mãos de um oleiro. Enquanto a graça de Deus é exercida sobre ele, o pecador é inteiramente incapaz de qualquer ato espiritual, pois está morto em transgressões e pecados. Lázaro não ajudou em nada, quando foi ressuscitado: ele nem sabia que o Salvador tinha chegado ao seu sepulcro para libertá-lo da morte. Esse é o caso com cada um dos eleitos de Deus, quando o Espírito começa a operar nele. Primeiro eles precisam ser vivificados para uma nova vida, antes que tenham o menor desejo ou impulso para com as coisas espirituais. Por essa razão, é totalmente impossível que façam a mais ínfima contribuição para serem vivificados. A vida que o Espírito transmite quando vivifica é a mesma em todos aqueles que são vivificados.

“Da mesma forma que a semente contém em si tudo aquilo que depois procede dela, a folha, o caule, a espiga, e todos os grãos da espiga, assim o princípio inicial de graça implantado no coração, já contém toda a graça que mais tarde aparece em todos os frutos, efeitos, atos, e práticas dessa graça” (John Gill). Toda pessoa vivificada experimenta a mesma mudança radical, por meio da qual a imagem de Deus é estampada na alma: “o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6), jamais algo menos do que isso, e nunca algo mais do que isso. Cada pessoa vivificada é feita uma nova criatura em Cristo, e possui todas as partes constituintes do “novo homem”. Mais tarde, alguns podem tornar-se mais cheios de vida e vigorosos, à medida que Deus concede fé mais forte a um do que a outro; contudo não há diferença na sua origem: todos participam da mesma vida.

Embora haja grande variedade em nossa percepção e entendimento da obra do Espírito em nós, não há diferença na obra inicial em si mesma. Embora haja muita diferença no crescimento da “nova criatura” – alguns progredindo mais rapidamente, outros florescendo devagar e produzindo pouco fruto – a nova criação é a mesma em todos. Cada um entra da mesma forma no reino de Deus, torna-se membro vital do corpo místico de Cristo, e recebe um lugar na família viva de Deus. Mais tarde, um pode parecer mais formoso do que o outro, porque tem a imagem do seu Pai celeste impressa com mais precisão em si, contudo não mais verdadeiramente do que o outro que cresce mais devagar. Há graus na santificação, mas não há graus diferentes na vivificação. Nunca jamais houve senão um só tipo de vivificação espiritual neste mundo, e é, em todos, na sua essência, da mesma natureza.

Em conclusão, queremos destacar o fato que a vivificação do Espírito é somente o início da obra da graça de Deus na alma. Essa obra não renova o coração de forma total e de uma só vez. De forma nenhuma; o homem interior precisa ser renovado de dia em dia (2Co 4.16). Mas a partir desse pequeno começo, a obra continua – Deus regando-o “a cada momento” (Is 27.3) – e avança até a perfeição. Ou seja, até que o coração se torne perfeitamente limpo e santo, o que só se completa ao morrermos. Deus continua operando em Seus eleitos, “tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13), sendo eles tão completamente dependentes da influência do Espírito para exercer corretamente a vontade, assim como dependeram dele para a vivificação. “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).

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As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem (Jo 10.27).

 

 

Ao homem que teme ao SENHOR, Ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).

 

 

Aplica-te ao estudo da Palavra.

 

Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto (Is 55.6).

 

 

Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (1Co 15.55)

 

 

Orar bem é estudar bem.

 

 

Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente (Is 40.8).

       

   Em tudo dai graças (1Ts 5.18).

 

 

Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).

 

 

Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez os céus e a terra (Sl 121.1-2)

 

 

 

 

     

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Deus existe e é galardoador daqueles que diligentemente O buscam. - Hebreus 11.6

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