Literatura para uma vida cristã sadia

O verdadeiro motivo da conduta cristã - A. W. Tozer

O verdadeiro motivo da conduta cristã

A. W. Tozer

 

O filósofo Epicteto diz que o interesse pessoal egoísta é o que motiva toda a conduta humana.

Para ilustrar seu pensamento, ele aponta dois cães brincando no gramado, com indubitável amizade, quando, subitamente alguém lhes atira um pedaço de carne crua. Na mesma hora, a brincadeira deles se torna uma luta selvagem, cada um tentando abocanhar a carne. Sua amizade dura apenas enquanto coincidem seus interesses. Quando esses interesses entram em conflito, os cães se transformam em ferozes inimigos.

Não condenemos esse antigo pensador por comparar a conduta dos homens a esses animais. A Bíblia com frequência compara os humanos com animais e, por mais humilhante que isso seja, nós humanos não nos saímos bem nessa comparação. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso”, diz a voz de Deus em Provérbios, “considera seus caminhos e sê sábio”; e o profeta Jeremias diz: “Até a cegonha no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do SENHOR”.

Cristo nos diz que os filhos deste mundo são, muitas vezes, mais sábios que os filhos da luz. Em sua descoberta das origens da conduta humana, Epicteto revela uma compreensão da raça humana muito maior do que a média dos cristãos; e isso apesar do fato de o cristão alegar possuir o Espírito da verdade e o grego, não.

Se fôssemos instruídos pela sabedoria de Deus, teríamos de encarar a verdade, não importando o quanto indelicada ela possa ser para nós. Seria mais cômodo desprezar o que nossos olhos veem e com lealdade declarar nossa crença na bondade intrínseca dos homens; mas nosso bem-estar eterno proíbe que lidemos de forma desonesta com a realidade. A verdade é que os homens não são, basicamente, bons; eles são, basicamente, maus, e a essência do seu pecado é o egoísmo.

Colocar nossos próprios interesses acima da glória de Deus é pecado contra Deus, e colocar nossos próprios interesses acima dos interesses do nosso próximo é pecado contra a sociedade. Nós sabemos que os homens são pecadores pelo fato de que, quando precisam escolher entre si mesmos e os outros, eles sempre optam em favor de si mesmos. É o interesse pessoal que faz isso acontecer.

Quer estejamos considerando dois homens ou duas nações, vemos como o interesse pessoal controla o relacionamento um com o outro. Dois homens podem viver juntos em perfeita harmonia enquanto seus interesses coincidem. Na verdade, pode-se dizer com acerto que a sociedade humana só pode existir se for organizada de tal forma que sirva os interesses da maioria das pessoas que a compõem, ou pelo menos das pessoas que têm condições de lutar por seus direitos.

Enquanto seus interesses não forem antagônicos, as nações podem viver por séculos lado a lado em paz; quando ocorrer uma guinada na população ou uma mudança na estrutura econômica, as nações que foram amigas por gerações inteiras podem subitamente transformar-se em inimigas. A hostilidade entre nações ou grupos de nações está sempre associada a uma desavença de interesses pessoais. As guerras todas surgem do choque de interesses e, por essa razão, precisam ser reconhecidas como uma manifestação pecaminosa. Tiago pergunta: “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?”

A sociedade humana está construída sobre um equilíbrio de interesses pessoais. As pessoas estão de tal maneira acostumadas a ver todo mundo servindo seus próprios fins, que não esperam nenhuma outra forma de conduta. Somente o sonhador excêntrico espera que os homens não regenerados possam ser persuadidos a renunciar seus direitos pessoais e devotar-se inteiramente aos interesses dos outros. Houve algumas ocasiões em que pequenos grupos de pessoas se juntaram para tentar uma forma de sociedade não egoísta, mas em todos os casos eles viveram para ver sua pequena Utopia rebentar-se pela força centrífuga gerada pelo próprio egoísmo do qual tão nobremente tentavam fugir. O coração humano é essencialmente egoísta e não pode ser curado por meio da organização externa.

Com a chegada de Jesus Cristo, um novo e radicalmente diferente motivo para a conduta humana foi introduzido no mundo, e seu símbolo é a cruz. Por meio de Suas palavras, Cristo expôs a perversidade do interesse próprio, e, por meio da Sua cruz, Ele demonstrou amor puro e altruísta em sua plena perfeição. Ele não veio para ser servido, mas para servir, e dar Sua vida em favor de muitos. Cristo não agradou a Si mesmo, mas viveu em devoção total para a honra de Deus e para o bem-estar da humanidade; quando morreu, Ele colocou uma coroa de beleza sobre uma vida centrada em Deus e nos outros.

A cruz é um símbolo da vida de Cristo, abnegada e centrada nos outros, mas a coisa não para aí. Nosso Senhor fez da cruz também um símbolo da vida cristã normal. Ele disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará”.

A lição é clara demais para não entendê-la. O motivo egoísta de nossa conduta, apesar de ser inerente na natureza humana decaída, é uma coisa perversa e destrutiva que pode, por fim, levar unicamente a uma perda trágica e eterna. Somente o amor pode tornar nossa conduta aceitável a Deus.

É hora de conferir nosso tipo de cristianismo com o Novo Testamento. Existe um real perigo de estarmos fazendo vistas grossas a esse radical motivo novo para a conduta humana, e estarmos servindo nossos próprios interesses sob uma máscara de piedade. E esse é um erro que nenhum de nós pode dar-se o luxo de cometer.

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As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem (Jo 10.27).

 

 

Ao homem que teme ao SENHOR, Ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).

 

 

Aplica-te ao estudo da Palavra.

 

Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto (Is 55.6).

 

 

Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (1Co 15.55)

 

 

Orar bem é estudar bem.

 

 

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   Em tudo dai graças (1Ts 5.18).

 

 

Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).

 

 

Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez os céus e a terra (Sl 121.1-2)

 

 

 

 

     

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