Obediência
Thomas Watson
“Guarda silêncio e ouve, ó Israel! Hoje, vieste a ser povo do SENHOR, teu Deus. Portanto, obedecerás à voz do SENHOR, teu Deus, e lhe cumprirás os mandamentos e os estatutos que hoje te ordeno”. (Dt 27.9-10)
Qual é o dever que Deus exige do homem?
Obediência à Sua vontade revelada.
Não basta ouvir a voz de Deus, nós precisamos é obedecer. A obediência faz parte da honra que devemos a Deus. “Se eu sou pai, onde está a minha honra?” (Ml 1.6). A obediência carrega em si a essência da religião. “Obedecei a voz do Senhor Deus” e praticai os Seus mandamentos. A obediência sem conhecimento é cega, e o conhecimento sem a obediência é manca. Raquel estava certa quando disse, sabendo que era estéril: “Dá-me filhos, ou eu morro”; assim, se o conhecimento não gera o bebê da obediência, ela vai morrer. “Obedecer é melhor do que sacrificar” (1Sm 15.22). Saul pensou que bastava ele oferecer sacrifícios, mesmo desobedecendo ao mandamento de Deus; mas “obedecer é melhor do que sacrificar”.
Deus desaprova o sacrifício se faltar a obediência. “Porque nada falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz” (Jr 7.22-23). Não é que Deus não tivesse ordenado esses ritos de adoração; o que Ele quer dizer é que procurava principalmente a obediência – sem a qual o sacrifício não passava de estupidez religiosa. O propósito pelo qual Deus nos deu Suas leis é a obediência. “Fareis segundo os meus juízos e os meus estatutos guardareis” (Lv 18.4). Por que razão um rei publica uma ordem, se não é com o propósito de ser cumprida?
Qual é o critério da obediência?
A Palavra escrita. A obediência que a Palavra exige é a obediência apropriada; nossa obediência precisa corresponder à Palavra, assim como a cópia deve corresponder ao original. Parecer zeloso sem estar de acordo com a Palavra não é obediência, é simplesmente culto de si mesmo. As tradições católico-romanas que não têm base na Palavra são abomináveis; e Deus vai perguntar: Quis quaesivit haec? “quem requereu isso de vossas mãos?” (Is 1.12 - ARC). O apóstolo condena o culto dos anjos, culto que aparentava humildade (Cl 2.18). Os judeus diziam que não queriam atrever-se a chegar pessoalmente diante de Deus; queriam ser mais humildes e se prostravam diante dos anjos, e queriam que estes apresentassem suas petições a Deus; mas essa representação de humildade desagradava a Deus porque não havia nenhuma instrução na Palavra que desse suporte a isso.
Quais são os componentes da nossa obediência que a tornam aceitável?
(1) Ela precisa ser cum animi prolubio, voluntária e alegre, caso contrário será apenas penitência e não sacrifício. “Se for da vossa vontade e obedecerdes” (Is 1.19 – Trad. Bras.). Embora sirvamos a Deus de forma imperfeita, isso deve ser feito de forma voluntária. Você gosta de ver seus empregados trabalhando com alegria. Conforme a lei, a oferta a Deus deve ser feita de modo voluntário (Dt 16.10). Os hipócritas obedecem a Deus de má vontade e contra sua vontade; facere bonum, mas não velle (eles fazem o bem, mas não voluntariamente). Caim trouxe seu sacrifício, mas não seu coração. Este é um preceito verdadeiro: Quicquid cor non facit, non fit; ou seja, aquilo que o coração não faz não está feito. A ação voluntária é a alma da obediência. Deus, às vezes, aceita a disposição voluntária sem a ação, mas jamais aceita a ação sem a disposição voluntária. A disposição mostra que existe amor no desempenho do dever; e o amor é para nossos serviços aquilo que o sol é para o fruto, ele o amadurece e desenvolve e faz com que adquira melhor sabor.
(2) A obediência precisa ser sincera e fervorosa. “... fervorosos de espírito” (Rm 12.11). Quae ebullit prae ardore. Como água fervendo; assim o coração deve ferver com ardentes sentimentos no serviço de Deus. Os anjos gloriosos que, pelo fato de queimarem de fervor e devoção, são chamados serafins, são os escolhidos por Deus para O servirem no céu. Sob a lei, a lesma era considerada animal impuro, por ser uma criatura vagarosa, preguiçosa. A obediência sem fervor é como um sacrifício sem fogo. Por que não deveria nossa obediência ser vívida e fervorosa? Deus merece a fina flor e o vigor das nossas afeições. Domiciano não admitia que sua estátua fosse entalhada em madeira ou ferro; tinha de ser de ouro puro. Os sentimentos vívidos executam serviços de ouro.
É o fervor que torna aceitável a obediência. Elias era fervoroso de espírito, e sua oração abriu e fechou o céu; e outra vez ele orou e o fogo caiu sobre seus inimigos (2Rs 1.10). A oração de Elias fez cair fogo do céu porque, sendo fervorosa, ela levou fogo para o céu; quicquid decorum ex fide proficiscitur (Agostinho).
(3) A obediência precisa ser ampla, precisa abranger todos os mandamentos de Deus. “Então, não terei de que me envergonhar (ou, como diz o hebraico, lo Ehosh, blush), quando considerar em todos os teus mandamentos” (Sl 119.6). Quicquid propter Deum fit aequaliter fit (Todos os mandamentos de Deus exigem igual zelo).
Há um selo de autoridade divina sobre todos os mandamentos de Deus, e, se eu obedeço a um preceito por ser mandamento de Deus, preciso obedecer a todos eles. A verdadeira obediência abrange todos os deveres da religião, assim como o sangue percorre todas as veias, ou o sol percorre todos os signos do zodíaco. Um bom cristão faz com que a piedade evangélica se encontre com a equidade moral. Algumas pessoas descobrem sua hipocrisia nisto: elas obedecem a Deus em certos assuntos mais fáceis e que talvez exaltem sua própria reputação, mas outras coisas eles deixarão por fazer.
“Uma coisa te falta”, unum deest (Mc 10.21 – Trad. Bras.). Herodes ouvia João Batista, mas não queria abandonar seu incesto. Alguns vão orar, mas não darão esmolas; outros vão dar esmolas, mas não vão orar. “[Vós] dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé” (Mt 23.23). O coxo tem uma perna mais curta que a outra; assim também essas pessoas são mais deficientes em alguns deveres do que em outros. Deus não Se agrada desse tipo de servo parcial, que executa parte da obra que lhe é designada e deixa a outra por fazer.
(4) A obediência precisa ser sincera. Nossa obediência deve ter como alvo a glória de Deus. Finis specificat actionem; na religião, o motivo é tudo. A motivação da nossa obediência não deve ser calar a voz da consciência, ou receber aplauso ou promoção; mas que nos tornemos mais parecidos com Deus e Ele receba mais glória.
“Fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). O que tem estragado muitas ações gloriosas e feito com que perdessem seu galardão é que eram errados os motivos de quem as praticou. Os fariseus davam esmolas, mas tocavam trombeta para receberem glória dos homens (Mt 6.2). As esmolas devem brilhar, mas não pegar fogo. Jeú agiu bem quando destruiu os adoradores de Baal, e Deus o elogiou por isso; mas, pelo fato de seus motivos não serem corretos (pois ele queria era estabelecer-se sobre o reino), Deus considerou o que ele fez como se não passasse de um assassinato. “... castigarei, pelo sangue de Jezreel, a casa de Jeú” (Os 1.4). Oh, examinemos nossas motivações na obediência; é possível que a ação seja correta, mas o coração, errado. Amazias fez o que era correto aos olhos do Senhor, mas não de todo o coração (2Cr 25.2). Há duas coisas em especial que se deve cuidar na obediência: o princípio e o fim. Embora um filho de Deus seja imperfeito em sua obediência, seu alvo deve ser correto.
(5) A obediência precisa ser em Cristo e por meio dele. “[Ele] nos fez agradáveis a si no Amado” (Ef 1.6 – ARC).
Não é nossa obediência que alcança boa aceitação, mas sim os méritos de Cristo. Em todo momento da adoração, precisamos apresentar Cristo a Deus nos braços da nossa fé. Se não servirmos a Deus dessa forma, em esperança e confiança nos méritos de Cristo, em vez de agradar a Deus vamos é afrontá-lo. Assim como quando o rei Uzias tentou oferecer incenso sem um sacerdote, Deus se irou com ele, e o feriu com lepra (2Cr 26.20), assim, quando não chegamos a Deus em Cristo e por meio dele, oferecemos a Ele incenso sem um sacerdote – e o que é que podemos esperar senão severas repreensões?
(6) A obediência precisa ser constante. “[Bem-aventurado]... o que pratica a justiça em todo tempo” (Sl 106.3).
A verdadeira obediência não se assemelha a um súbito corar de rosto, mas sim a uma cor sadia e correta. Ela é como o fogo no altar, que estava continuamente aceso (Lv 6.13). A obediência dos hipócritas dura apenas um instante; ela se assemelha ao gesso, que logo se desfaz; mas a obediência verdadeira é constante. Embora nos deparemos com a aflição, precisamos prosseguir em nossa obediência. “Contudo, o justo segue o seu caminho” (Jó 17.9).
Nós juramos constância; juramos renunciar as pompas e vaidades do mundo, e lutar sob a bandeira de Cristo até a morte. Quando um servo faz aliança com seu senhor, e os contratos são selados, ele não pode recuar, precisa servir conforme tratado; assim também há cláusulas estabelecidas no batismo; e, na Ceia do Senhor, as cláusulas são renovadas e reforçadas de nossa parte, de que seremos fiéis e constantes em nossa obediência; por isso, precisamos imitar a Cristo, que se tornou obediente até a morte (Fp 2.8). É a cabeça do perseverante que recebe a coroa. “Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei ... a estrela da manhã” (Ap 2.26, 28).
Aplicação número um: Isso condena aqueles que vivem em contradição com o texto, e que se desfizeram do jugo da obediência. “Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do SENHOR, não te obedeceremos a ti” (Jr 44.16). Deus ordena que os homens orem em família, mas eles vivem em total negligência desse dever; ele ordena que santifiquem o Sábado, mas eles seguem seus prazeres nesse dia; ele lhes ordena que se abstenham da aparência do pecado, mas eles não se abstêm do próprio ato; eles vivem na vingança e na impureza. Isso é arrogante desrespeito por Deus; é rebelião, e a rebelião é como o pecado de feitiçaria.
Por que razão os homens não obedecem a Deus? Eles sabem o que devem fazer, mas não o fazem.
(1) A falta de obediência a Deus se deve à falta de fé. Quis credidit? “Quem creu em nossa pregação?” (Is 53.1). Se os homens cressem que o pecado é tão amargo, que o inferno o segue de perto, será que insistiriam em cometê-lo?
Se eles acreditassem que existe uma recompensa para o justo, que a retidão é vantajosa, será que eles não a buscariam; mas eles são ateus, que não creem nessas coisas de forma alguma; por isso é que não lhes prestam obediência. A obra prima de Satanás, sua rede varredoura com que ele arrasta milhões para o inferno, é conservá-los na infidelidade; ele sabe que, se puder mantê-los afastados da fé na verdade, vai conservá-los longe de obedecer a ela.
(2) A falta de obediência a Deus deve-se à falta de negação de si mesmo. Deus ordena uma coisa, e os desejos dos homens ordenam outra; e eles preferem morrer a negar suas paixões. Sem negar a paixão, não pode haver obediência a Deus.
Aplicação número dois: Obedeça à voz de Deus. Essa é a beleza de um cristão.
Quais são as grandes razões ou os incentivos para a obediência?
(1) A obediência nos torna preciosos para Deus, nos torna seus favoritos. “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos” (Êx 19.5). “... como teu resgate dei o Egito, em teu lugar a Etiópia e Sabá” (Is 43.3).
(2) Não há desvantagem nenhuma na obediência. Obedecer à vontade de Deus é conseguir aquilo que desejamos. [1] Desejamos que nossos pertences sejam abençoados? Obedeçamos a Deus. “Se atentamente ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, ... bendito serás no campo. Bendito o teu cesto e a tua amassadeira” (Dt 28.1, 3, 5). Obedecer é a melhor maneira de conseguir sucesso patrimonial. [2] Desejamos que nossa alma seja abençoada? Obedeçamos a Deus. “Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus” (Jr 7.23). Meu Espírito será vosso guia, santificador e consolador. Cristo “tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hb 5.9). Quando agradamos a Deus, fazemos bem a nós mesmos; quando obedecemos a Deus, Ele nos dá a recompensa. Nós dizemos como Amazias: “Que se fará, pois, dos cem talentos de prata...?” (2Cr 25.9). Você nada perde quando obedece. Ao filho obediente já está designada sua herança. Obedeça, e você receberá um reino. “...vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino” (Lc 12.32).
(3) Como é grande o pecado da desobediência! [1] É um pecado irracional. Não somos capazes de sustentá-lo em desafio contra Deus. “Somos, acaso, mais fortes do que ele?” (1Co 10.22). Porventura irá o pecador medir armas com Deus? Ele é o Todo-Poderoso, que pode comandar legiões. Se não temos força para resistir a Ele, é irracional que lhe desobedeçamos. É irracional, assim como é contra toda a lei e equidade. Dele nós recebemos a subsistência diária; nele vivemos e nos movemos. Não é justo que, enquanto vivemos por meio dele, devamos viver para Ele? Que, enquanto Ele nos concede o sustento, devamos dar a Ele nossa obediência?
[2] É um pecado destrutivo. “... quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus” (2Ts 1.7-8). Aquele que se recusa a obedecer à vontade de Deus pode estar certo de que vai obedecer à vontade dele em forma de punição. Quando o pecador pensa que está desatando o nó da obediência, ele se emaranha na corda da sua própria condenação, e perece sem escusa. “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites” (Lc 12.47). Deus vai dizer: “Por que razão você não obedeceu? Você sabia fazer o bem, mas não o fez; por isso, seu sangue vai cair sobre sua própria cabeça”.
Que meios devemos usar para podermos obedecer?
(1) Reflexão séria. Considere o seguinte: os mandamentos de Deus não são pesados, Ele não ordena absolutamente nada que não seja razoável (1Jo 5.3). É mais fácil obedecer aos mandamentos de Deus do que pecar. As imposições do pecado são difíceis de suportar – qualquer pessoa que estiver sob o poder de alguma concupiscência sentirá a fadiga dessa situação, o perigo que corre, colocando em risco sua saúde e alma para conseguir satisfazer seus desejos! Que excursões exaustivas não fez Antíoco Epifânio para perseguir os judeus! ‘Eles se fadigam para cometer iniquidade’, e não são os mandamentos de Deus mais fáceis de obedecer? Crisóstomo diz que a virtude é mais fácil do que o vício; a temperança é menos difícil de suportar do que a embriaguês. Algumas pessoas têm ido para o céu com menos dificuldades do que outras têm ido para o inferno.
Deus não ordena nada que não seja benéfico. “Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem?” (Dt 10.12-13). Obedecer a Deus é mais um privilégio do que um dever; Seus mandamentos trazem consigo o alimento necessário para colocá-los em prática. Ele ordena que nos arrependamos; e por quê? Para que nossos pecados sejam apagados (At 3.19). Ele ordena que creiamos; e por quê? Para sermos salvos (At 16.31). Existe amor em cada mandamento, como se um rei ordenasse a um de seus súditos que cavasse numa mina de ouro e então lhe desse todo o ouro encontrado.
(2) Petição sincera. Suplique o auxílio do Espírito para conduzir você à obediência. O Espírito de Deus faz com que a obediência se torne fácil e agradável. Se o ímã atrai o ferro, não é difícil o ferro mover-se; assim, se o Espírito de Deus desperta e conduz o coração, não fica difícil obedecer. Quando sopra o vento do Espírito, navegamos com as velas desfraldadas na obediência. Transforme em oração a promessa dele: “Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ez 36.27). A promessa nos encoraja; o Espírito nos capacita a obedecer.
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem (Jo 10.27).
Ao homem que teme ao SENHOR, Ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).
Aplica-te ao estudo da Palavra.
Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto (Is 55.6).
Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (1Co 15.55)
Orar bem é estudar bem.
Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente (Is 40.8).
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Em tudo dai graças (1Ts 5.18).
Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).
Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez os céus e a terra (Sl 121.1-2)
A vereda dos justos é como a luz da aurora, que brilha mais e mais até ser dia perfeito (Pv 4.18)
Deus tudo vê
Não temais, pequenino rebanho.