Literatura para uma vida cristã sadia

Por que a salvação precisa ser sobrenatural - Stephen Charnock

 

Por que a salvação precisa ser sobrenatural

Stephen Charnock

A insuficiência da natureza para operar uma obra como a conversão ensina que os homens não devem idolatrar a sua própria habilidade e poder. Uma mudança de atos pecaminosos para atividades morais talvez seja possível pelo exercício da força natural e do poder da consciência natural. Isso porque os exatos motivos que conduzem ao pecado, como a educação, as vantagens, o lucro, podem, por meio da mudança de circunstâncias, conduzir os homens a uma moralidade exterior; mas uma mudança para a graça que é o oposto disso tudo, é sobrenatural.

Há duas coisas infalíveis na natureza:

1ª) As inclinações naturais não mudam nunca, a não ser por meio de uma virtude superior. Um ímã nunca deixará de atrair o ferro, enquanto permanecer nele a propriedade de atrair. O lobo não consegue jamais amar o cordeiro, nem o cordeiro ama o lobo; eles só conseguem agir de forma compatível com a sua natureza. A única coisa que a água faz é molhar; já o fogo somente queima. Dessa mesma forma a natureza corrupta do homem, uma vez que está possuída de um invencível antagonismo e inimizade contra Deus, nunca jamais vai tolerar que ele se sujeite a Deus. E as inclinações de um pecador para o pecado, sendo ainda mais fortalecidas pela frequência dos atos pecaminosos, têm um tão grande poder sobre ele, e são tão naturais para ele, como quaisquer qualidades são naturais para uma pessoa. E, sendo essas inclinações mais fortes do que quaisquer afinidades no mundo, não podem, pelo poder do próprio homem, ou pelo poder de alguma outra natureza igual a elas, serem mudadas numa direção contrária a elas.

2ª) Nada nem ninguém pode agir de forma diferente da sua própria lei, da sua própria natureza. Nada nem ninguém no mundo consegue elevar-se a uma classe superior àquela em que a natureza o colocou. Uma fagulha não consegue transformar-se numa estrela, embora se eleve um pouquinho em direção ao céu; nem uma planta consegue dotar-se de consciência, nem um animal consegue adornar-se de entendimento; nem um homem consegue fazer de si mesmo um anjo. Os espinheiros não conseguem produzir uvas, nem os cardos produzem figos, pois esse tipo de frutos está acima da natureza dessas plantas. Assim também nem a nossa natureza corrupta produz a graça, que é um fruto mais elevado do que ela. Effectus non excedit virtutem suae causae [Latim: O efeito não pode ser superior ao poder que o causou.]: a graça é mais excelente do que a natureza, por isso não pode ser fruto dessa natureza. Esta é a conclusão de Cristo: “Como podeis falar coisas boas, sendo maus?” (Mt 12.33-34). Se não conseguem nem mesmo quanto aos botões e as flores das palavras, muito menos quanto aos frutos das ações. Eles não conseguem mudar a própria natureza, assim como uma víbora não consegue desfazer-se do seu veneno.

Mas, embora isso que eu disse seja verdade, não há nada que o homem faça mais do que aparentar uma autossuficiência, e uma independência de qualquer outro domínio que não seja o seu próprio. Essa atitude está tão pregada à sua natureza como qualquer outro princípio falso. Pois o homem o obtém dos seus primeiros pais, como o principal legado que lhe foi deixado como herança. Foi essa a primeira coisa que se revelou no homem após a queda; ele queria ser como Deus, independente de Deus. Assim sendo, Deus, para impedir esse princípio, permite que os seus eleitos, à semelhança de Lázaro, permaneçam no túmulo até que cheirem mal, para que não haja como atribuir a ressurreição deles ao seu próprio poder. Se um cadáver putrefato e decomposto tiver de ser trazido novamente à vida, nunca jamais seria possível imaginar que ele mesmo tenha feito isso com esse vigoroso princípio (o da autossuficiência). Deus permite que os homens prossigam tão longe no pecado, que por fim se desanimem e se tornem impotentes, para que Ele possa proclamar ao mundo inteiro que nós somos incapazes de fazer qualquer coisa em nosso próprio favor com respeito à nossa restauração, a não ser que um princípio superior venha em nosso socorro. A comprovação disso ficará evidente, se considerarmos o seguinte:

1º) A escravidão do homem ao pecado. Ele está “vendido à escravidão do pecado” (Rm 7.14), e foi feito “prisioneiro da lei do pecado” (Rm 7.23). “A lei do pecado”: o pecado parece ter autoridade legal sobre ele; e o homem não é escravo de apenas um pecado, mas de muitos — Tito 3.3: “escravos de toda sorte de paixões e prazeres”. Dessa forma, quando um homem é vendido à lei de milhares de paixões, e cada uma delas exerce completa tirania sobre ele, e rege a sua vida como um soberano por meio de uma lei; quando um homem está assim amarrado a milhares de leis, milhares de cordas e cadeados, e é carregado para onde quer que o seu senhor deseje, contra os ditames da sua própria consciência e força, e contra a luz natural que possui; pode alguém imaginar que o seu próprio poder consegue resgatá-lo da força desses senhores que reclamam sobre ele esse direito, e exercem tal poder sobre ele, e por tantas vezes têm frustrado a sua própria força, quando ele tenta insurgir-se contra eles?

2º) A inclinação e a afeição do homem para com o pecado. Ele não só os serve, mas o faz, com cada um deles, com alegria e prazer (Tt 3.3). Eles são tanto prazeres como paixões; são tanto amigos como senhores. Porventura alguém vai querer abandonar seus prazeres sensuais e tais pecados que agradam e lhe bajulam a carne? Porventura alguém vai se esforçar para fugir desses senhores que ele serve com afeição? O homem tem tanto prazer em estar preso como escravo dessas paixões, como o diabo tem em prendê-lo. Por essa razão, quando você vê um homem desfazendo-se dos seus prazeres, privando-se das coisas confortadoras a que a sua alma uma vez já esteve ligada, e andando em caminhos contrários à natureza corrupta, você deve procurar a razão disso em qualquer outro lugar, menos na própria natureza desse homem. Nenhum pedaço de barro sujo, imundo, pode transformar-se num vaso limpo e bonito; nenhum mero pedaço de pau pode habilitar-se para uma construção, quanto menos um pedaço de pau deformado. E um cego de nascença não tem como fazer de si mesmo um homem que vê.

Deus trata com os homens nesse caso assim como o fez com Abraão. Ele não deu Isaque enquanto o ventre de Sara, conforme as probabilidades naturais, poderia tê-lo gerado. Mas quando o seu ventre estava morto, e a idade já tinha ultrapassado toda a capacidade natural de conceber, então Deus lhe deu o filho, para que ficasse evidente que ele não era um filho da natureza, mas o filho da promessa.

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Ao homem que teme ao SENHOR, Ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).

 

 

Aplica-te ao estudo da Palavra.

 

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Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).

 

 

Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez os céus e a terra (Sl 121.1-2)

 

 

 

 

     

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