Literatura para uma vida cristã sadia

Revelado aos pequeninos - Andrew Murray

Revelado aos pequeninos

Andrew Murray

 

Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, 

e as revelaste aos pequeninos.(Mt 11.25; Lc 10.21)

 

Sábios e entendidos são aqueles que estão cientes e seguros do poder da sua mente e raciocínio para ajudá-los na procura do conhecimento divino. Pequeninos são aqueles cuja preocupação principal não é a mente e o seu poder, mas o coração e a sua tendência. Mente aberta, desamparo, sujeição, humildade, docilidade, confiança e amor – são estes os requisitos procurados por Deus naqueles a quem ele ensina (Sl 25.9, 12, 14, 17, 20).

Uma das partes mais importantes da devoção é o estudo da Palavra de Deus. Quão importante é que recebamos sempre a Palavra num espírito que espera que o Pai revele a verdade da Palavra em nós! Quão importante é que apresentemos uma disposição infantil, sim – como a dos bebês –, pois a esta disposição o Pai deseja transmitir os segredos do seu amor! Para os sábios e entendidos, a cultura é o principal; deles Deus esconde o significado espiritual da própria coisa que eles pensam entender. Para os pequeninos, o principal não é a mente e o seu conhecimento, mas o coração, o sentimento, a humildade, o amor e a confiança. É a eles, na sua vida interior e na sua experiência, que Deus revela exatamente aquilo que eles sabem não lhes ser possível entender.

A Pedagogia diz que há duas maneiras de ensinar. O professor comum tem como objetivo comunicar conhecimento; ele desenvolve a potencialidade do aluno com a finalidade de conseguir esse objetivo. Mas o bom professor considera a aquisição de conhecimentos como coisa secundária. O seu alvo é desenvolver o poder da mente e do espírito e ajudar o aluno, tanto mental quanto moralmente, a desenvolver o seu potencial ao máximo na busca e no uso do conhecimento.

Há, também, dois tipos de ministros. Alguns lançam para os seus ouvintes instrução, argumentos e intermináveis apelos, deixando que eles aproveitem quanto possível o que lhes é oferecido. Mas o ministro autêntico sabe o quanto depende do estado do coração do ouvinte e assim ele procura, exatamente como fez o Senhor Jesus, ensinar a verdade ou doutrina de modo objetivo para cultivar no ouvinte aquelas qualidades sem as quais o ensinamento torna-se quase inútil. Cem sermões – todos eloquentes e profundos, para cristãos que os ouvem cientes de que podem entendê-los e que de qualquer maneira virão beneficiá-los – produzirão muito menos bênção do que apenas um sermão para ouvintes em quem o ministro despertou uma consciência de ignorância espiritual. Estes ouvintes terão um espírito dócil, como o dos pequeninos, pronto para esperar, confiar, aceitar e obedecer ao ensinamento do Pai.

No recinto fechado cada homem é, no que se refere ao auxílio humano, seu próprio professor e ministro. Ele deve treinar a si próprio para adquirir o bendito hábito da simplicidade e docilidade infantil. Ele deve lembrar-se de que não somente foi necessário que a verdade divina fosse revelada ao mundo, mas que também houvesse uma revelação individual para cada pessoa por intermédio do Espírito Santo. Portanto, seu primeiro cuidado é esperar que o Pai lhe revele, e ao interior do seu ser, o mistério oculto com o seu poder para modificar a vida interior. Nessa atitude o homem exercita o espírito dócil e recebe o evangelho como uma criança.

Todos os cristãos evangélicos acreditam na regeneração. Mas poucos são os que acreditam que, ao ser um homem nascido de Deus, é preciso que a sua característica principal seja depender de Deus como uma criança para todo e qualquer ensinamento e poder. Jesus insistiu nisso sobremaneira. Quando ele se referiu aos humildes de espírito, aos mansos e aos famintos como pessoas bem-aventuradas; quando concitou o povo a aprender dele, que era manso e humilde de coração; quando disse tantas vezes que deveríamos nos humilhar e tornar-nos tais como criancinhas, ele estava afirmando que o primeiro e mais importante indício de um filho de Deus, parecido com Jesus Cristo, é a absoluta dependência de Deus para toda e qualquer bem-aventurança, e principalmente para um conhecimento verdadeiro das coisas espirituais. Pergunte-se cada um a si próprio: - Tenho levado em consideração o espírito dócil como o de uma criança como o primeiro requisito no meu estudo bíblico? De que adianta o estudo bíblico sem esse espírito dócil? – É a única e verdadeira chave da escola divina. Será que não valeria a pena deixar tudo o mais de lado para conseguir isso? Somente então Deus revelará a sua sabedoria oculta.

O novo nascimento, gerado de Deus, pelo qual nos tornamos seus filhos, tem por finalidade fazer de nós pequeninos. Esse novo nascimento nos dará um espírito dócil como o de uma criança e o respectivo ensinamento. Não podemos receber o segundo sem o primeiro. Acreditemos e entreguemo-nos a esta nova vida existente em nós, à liderança do Espírito Santo; ele insuflará em nós o espírito de criancinhas. O primeiro propósito do estudo bíblico é aprender a sabedoria oculta de Deus. A primeira condição para obter esse conhecimento é aceitar o fato de que o próprio Deus o revela a nós.

O primeiro requisito necessário para receber essa revelação é o espírito submisso como o de uma criança. Sabemos que a primeira preocupação de um operário é se as suas ferramentas são apropriadas e se estão em perfeito estado. Ele não considera tempo perdido quando pára o trabalho para amolar as ferramentas. Não é tempo perdido deixar o estudo bíblico de lado até possuir a atitude correta, esperando pela revelação do Pai num espírito humilde e dócil. Se você perceber que não tem lido a Bíblia nesse espírito, confesse e abandone imediatamente o espírito de autoconfiança, característica dos sábios e entendidos. Ore pedindo o espírito submisso e creia que você o receberá. Está em você, embora esquecido e sufocado. Você pode começar a senti-lo agora mesmo, como um filho de Deus.

Não tente trazer esse espírito dócil para o seu coração por meio de reflexões ou argumentos. Aja de dentro para fora. Como uma semente, ele está dentro de você, na nova vida, nascido do Espírito Santo. Esse espírito dócil deve surgir e crescer dentro de você por meio do Espírito Santo que em você habita. Nesta fé você não deve orar apenas, mas orar especialmente pela graça do Espírito e exercitá-la. Viva como um pequenino perante Deus. Como um pequenino recém-nascido, deseje o leite da Palavra.

Acautele-se para não assumir esse estado de espírito apenas quando estiver estudando as Escrituras. É preciso que ele seja um hábito permanente, vindo do coração. Então você poderá gozar a direção constante do Espírito Santo.

                                            

                                              [Extraído do livro A Vida Interior, págs. 75-78.]

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Ao homem que teme ao SENHOR, Ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).

 

 

Aplica-te ao estudo da Palavra.

 

Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto (Is 55.6).

 

 

Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (1Co 15.55)

 

 

Orar bem é estudar bem.

 

 

Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente (Is 40.8).

       

   Em tudo dai graças (1Ts 5.18).

 

 

Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.12).

 

 

Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez os céus e a terra (Sl 121.1-2)

 

 

 

 

     

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